sábado, 31 de julho de 2010

Branco de sexta feira

Antes de mais nada na África não existe o dia Sexta Feira!
Lá a semana é composta de apenas 4 dias. Cada dia dedicado a um elemento da natureza (fogo, terra, ar e água).
Na tradição Yorubana, esses dias são chamados de Ossé cada um. São chamados os pequenos Ossés, estes dias na Semana e o Grande Ossé, um dia especial, como se fossem feriados.
Vamos fazer de conta que eu sou de Iansã, então no dia de Iansã, o dia do fogo, é meu dia de descansar, em virtude de que, neste dia, eu vou descansar de todas as outras atividades e vou me dedicar a cuidar do meu orixá protetor. Chama-se isso do dia do pequeno ossé, que significa quase literalmente, limpar o santo, o assentamento, cuidar dele, etc…
Esse costume veio para o candomblé do Brasil, mas as pessoas “dão ossé” no seu santo e não sabem porque. Dar ossé seria limpar o assentamento, acender velas, deitar a cabeça, fazer pedidos e sobretudo tirar o dia para ele.
Os cristãos não guardam o domingo para Deus, Jesus? Vão a Igreja?
Os adventistas e judeus não guardam o sábado? E vão às Igrejas e Sinagogas?
Os muçulmanos também não guardam um dia de preceito?
Então, convencionou-se que no Brasil guardar-se-ia as sextas feiras (numa alusão a sexta-feira santa onde morreu Jesus) então para o baiano toda sexta feira é santa, em certo modo, dia em que não se faz nada para dedicar-se a Oxalá, em respeito a Ele.
Mas existe um erro de conceito.
No dia do Ossé africano, a gente não faz nada justamente para cuidar do Orixá. E na Bahia não se faz nada, nem mesmo cultuar Oxalá naquele dia… Devemos pensar melhor… resolver melhor essa questão.
Quanto ao vestir-se de branco é em respeito a Oxalá, pois Ele só se veste de branco, naturalmente.

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