Aruma e Oddima eram ótimos amigos e estavam sempre juntos,
mas, no fundo Aruma tinha ciúme de Oddima porque ele sempre tinha tido
mais dinheiro do que Aruma. Certo dia, Oddima foi se consultar com um
babalawo. O babalawo disse a Oddima que o conselho que Orumila lhe dava
era que ele – Oddima – não deveria emprestar dinheiro a ninguém, e nem ser
avarento. Oddima agradeceu ao babalawo e foi pra casa. Naquele mesmo dia,
Aruma veio lhe convidar para um jogo na casa de um homem rico.
Esquecendo-se do conselho do babalawo Oddima concordou em ir. Durante o
jogo Aruma perdeu grande soma em dinhero e pediu a Oddima que lhe
emprestasse três moedas de ouro. Novamente Oddima não deu credito as
palavras do babalawo e emprestou o dinheiro a Aruma. Daquele dia em diante
a sorte de Oddima virou. Ele perdeu toda a sua fortuna, restando-lhe apenas
duas moedas de ouro. Desgostoso com a cidade onde estava vivendo, Oddima
decidiu tentar a sorte em outro lugar. Já que ele tinha duas moedas, com medo
de perdê-las, coloco-as em sua boca. Ele andou durante um bom tempo, até
chegar a um rio. Como não tinha outra passagem por perto ele decidiu
atravessá-lo nadando mas assim que ele mergulhou na água, as moedas caíram
de sua boca. A correnteza estava forte e levo suas moedas para o mar.
Oddima, como era um bom nadador estando determinado a recuperar seus
bens seguiu a correnteza, nunca perdendo as moedas de vista. Mas assim que
o rio se juntou ao mar, um dos guardiões d e Olokun submergiu e o obrigou a
nadar em direção a praia. Ao lá chegarem, o guardião perguntou a Oddima o
porquê dele ter ousado invadir o territorio de Olokun. Tremendo de medo
Oddima contou sua historia. O guarda manteve se calado por alguns minutos e
então disse-lhe para esperar na praia, até que Olokun decidisse o que fazer.
Imediatamente mergulhou no mar, desaparecendo. Durante toda noite |
Oddima esperou, tão apavorado não conseguiu dormir. Na manhã seguinte
bem cedo Olokun apareceu. Estava com uma vestimenta feita de espuma do
mar e coberta, da cabeça aos pés de pérolas e águas marinhas. Ele estava tão
lindo que Oddima ficou mudo. Olokun fez um sinal a um de seus guardiões o
qual trouxe um baú. Quando Oddima viu ele estava cheio de moedas de ouro.
“Entendo que perdeu duas moedas de ouro,” disse Olokun a
Oddima. “Eu nunca guardo o que não me pertence. Diga-me qual destas
moedas são as suas que eu deixarei pegá-las.”
Oddima olhou para dentro do baú e viu que a maioria das moesdas era
maior e mais valiosa do que ele tinha perdido. Por um momento ele hesitou.
Então lembrou das palavras do Babalawo, para que ele não fosse avarento;
vasculhou dentro do baú, pegando, então, suas duas moedas. Elas eram
facilmente identificáveis porque tinha a marca de seus dentes, devido tê-
las colocado na boca. “Estas são as minhas moedas Baba-mi” disse ele para
Olokun. O rei dos mares sorriu.
“Você é um homem honesto, Oddima,” Ele disse. “E sua honestidade
será recompensada.”
Ele ordenou que lhe trouxessem uma cesta grande e a encheu com
moedas e pedras preciosas. Então Oddima pode voltar para sua cidade natal,
infinitamente mais rico do que quando tinha saído. Mas ele nunca mais falou
com Aruma.
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