quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O ser humano

“Um Deus que pensa, cria, se emociona e sangra, é um Deus que existe.”
Fé é aquilo que procuramos explicar, mas, a nossa evolução ainda não nos permite concluir.

Os orixás, como os elementos e os fenômenos da natureza, proporcionam infindáveis significadosaliados aos sentidos da vida. Por isso, diz-se que sem ervas (Euê) e rochas (Otá) não há orixá, conotando-se que o ambiente determina a existência da vida.
O ser humano é o mais perfeito reflexo de Deus no Universo, criado com o destino de transformar e evoluir tudo que existe. A sua conduta em relação ao próximo e ao ambiente é determinada pela sinergia entre o seu livre-arbítrio e os antepassados. Com o auxílio dos antepassados, é possível ao ser humano remontar às fontes do conhecimento e evoluir de acordo com o seu destino.
O destino individual (Ipim) é idílico, pois tem origem no Paraíso (Orum), sendo emanado da função divina Orumilá-Ifá.
A forma humana consiste na dupla-existência energética e material determinada pelo destino individual (Ipim), a saber:
· Identidade energética (Ori) compreendendo o seu livre-arbítrio mais todos os antepassados que o tornam “Ser”; e
· Identidade material (Ará), compreendendo as estruturas genética, que remonta à origem humana, ainda anterior a isso, na estrutura molecular até o átomo primevo, e deste à essência indecifrável de Deus.
Portanto, o indivíduo é o resultado da fusão do destino pessoal e das identidades energética e material, decorrente de três condições:
· O objetivo (Acunleiam) a ser realizado na existência humana;
· A potência (Acunlebá) para que o objetivo possa ser realizado;
· A situação imutável (Aiamo) do “Ser” na forma humana, como os seus atributos físicos e a sua família.
Porém, de acordo com a ordem natural, quando o indivíduo nasce na Terra adquire um destino oposto ao idílico. Assim, ele arbitra sobre os caminhos (Odu), determinando a sua conduta individual (Apari-Inu) em relação ao destino idílico (Ori Aperê).
Algumas religiões chamam de “pecado original” a potência oposta ao destino idílico, contraído pelo ser humano ao nascer, como se ele fosse criatura de uma maldição. Por esse pensamento, Deus e seus domínios são uma parte da natureza, como o bem, o Paraíso e o divino, em oposição ao diabo, ao mal, ao inferno e ao mundano

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