quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O EFEITO DAS OFERENDAS SACRIFICAIS EM NOSSAS VIDAS



Nos dicionários usuais, a definição de “sacrifício” é oferenda de alguma coisa para uma divindade.
Um ato de abnegação em favor de outrem, privação de uma coisa muito apreciada, por cobiçar uma coisa valiosa ou por um pedido de máxima urgência.
Assim diz Addison: “Se tu preservas minha vida, teu sacrifício poderá ser ...” Sejam quais forem os desejos pessoais tidos no céu ou na terra, envolvem algum sacrifício ou entrega de alguma coisa. A vida não transcorre apenas com lucros. Também envolve doação, por isso se diz que a vida é um processo de doar e receber.
O sacrifício mais simples que alguém pode fazer por algo é o tempo. Sacrificar tempo e esforço, seja na quantia que for, sempre é tido como válido, obviamente em simples comparação ao pedido, pode envolver sacrifícios de vaidade humana e de independência. Quantas coisas alguém pode ganhar de outrem sem implorar por isto, subornando ou fazendo alguma compensação ou gratificação maior, tendo mesmo até que comprometer sua palavra em adiantamento.
Quando existe portanto a necessidade de realização de um desejo ou pedido de proteção de uma divindade, um grande sacrifício é exigido. Não é suficiente merecer pedir por tais benefícios ou favores. Envolve obrigatoriamente sacrifício físico. Há sacrifícios envolvendo a oferta de objetos animados ou inanimados.
Quando alguém solicita algum tipo de progresso ou de lucro, isto envolve alguma espécie de investimento, assim como um fazendeiro que sacrifica parte de suas sementes para a plantação no ano seguinte, a fim de colher uma safra no final do ano, ou então um negociante que investe suas economias ou seus fundos de empréstimos em seus próprios negócios a fim de receber os rendimentos que irão satisfazer as suas necessidades recorrentes.
Desta forma, se alguém se comporta bem na divinosfera, receberá deles o necessário, o que irá facilitar no pedido de auxílio a outrem. Por isso, o último recurso na religião de Ifá é fazer um sacrifício.
ORUMILA diz que sacrifício é resgate, quaisquer que sejam os problemas, pode se dispor de algum tempo para solucioná-los ou para se dedicar a algo que venha a criar crédito, assim quando houver a real necessidade de fazer um sacrifício de acordo com o oráculo e o fizer prontamente, haverá a confiança de uma assistência.
ORUMILA revela que antes de alguém partir do céu para o mundo, ele aconselha a conseguir autorização das divindades Orientadoras. Se a pessoa aceitar o conselho dado para fazer o sacrifício, certamente encontrará uma estadia tranquila no mundo. Mas se ele se recusa, a menos que faça o sacrifício depois de sua chegada ao mundo, ele estará propenso a ter problemas na terra.
A diferença fundamental entre ORUMILA e as outras divindades é que de certa forma na época em que eles foram criados por Deus, ele foi o único que reconheceu os poderes de Èşu e concebeu uma estratégia para ter uma harmonia com ele. Esta estratégia foi o sacrifício, ele compreendeu que Èşu estava interessado apenas em reconhecimento e comida. Èşu frequentemente diz a ORUMILA:  “Meu amigo é aquele que me respeita e alimenta, enquanto que meus inimigos são aqueles que desrespeitam e me fazem passar fome. Eu nem tenho uma fazenda ou um negócio próprio. Minha fazenda é o universo e minhas mercadorias são as criaturas de Deus.”
Da mesma forma, na vinda para o mundo, ao homem é exigido fazer ainda mias sacrifícios para tudo o quanto ele desejar ter. Veremos que nenhum problema na vida pode resistir à eficácia do sacrifício fornecido e feito pontualmente, veremos também a vida das pessoas que após recusar fazerem os sacrifícios iniciais, foram obrigadas a fazê-los em dobro quando se viram entre o demônio e o profundo mar azul.
Há tendência de se pensar frequentemente que um sacerdote de Ifá que recomenda sacrifício com animais como cabritos, carneiros ou bodes, simplesmente quer uma desculpa para ter carne para comer às custas de um consulente desamparado. Longe disto! Qualquer sacerdote que recomende mais sacrifício do que é ordenado por qualquer motivo, pagará por ele dez vezes mais. Do mesmo modo, ORUMILA igualmente recomenda aos seus sacerdotes a usar o seu próprio dinheiro para financiar sacrifícios para consulentes demonstravelmente destituídos. 

Material de Estudo - Jefferson Oliveira - Awo di Orumila - Oturatiku

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